Em Foz do Iguaçu, o XXV Congresso Brasileiro da Magistratura abriu espaço para uma conversa de alto teor político e simbólico. A Justiça saiu da redoma e foi ao encontro da Comunicação. O painel Comunicação e Justiça reuniu a jornalista Aline Midlej (GloboNews/TV Globo) e a fonoaudióloga Cida Stier, com mediação do conselheiro do CNJ Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha.
O encontro deixou evidente o que muitos preferem ignorar. Não há democracia sólida sem um Judiciário compreensível, nem imprensa respeitada sem compromisso com a verdade. Aline Midlej destacou que jornalismo e magistratura dividem a mesma trincheira contra a desinformação. “Só na profundidade da informação, com clareza e contexto, conseguimos transformar vidas e fortalecer a democracia”, afirmou.
Cida Stier, especialista em voz e expressão, trouxe o olhar técnico. “A comunicação é uma competência treinável. Quem se comunica bem no dia a dia também terá clareza e segurança diante da mídia. Acima de tudo, a comunicação precisa ser humana”, observou.
O conselheiro Alexandre Cunha encerrou com precisão. “A lei é como uma roupa que não cabe em ninguém e tem que caber em todo mundo. Nosso desafio é construir uma comunicação eficiente e transformadora”, disse.
O painel foi um dos destaques do congresso. Mostrou que o Judiciário, acostumado a falar por acórdãos e sentenças, começa a entender que, sem traduzir sua linguagem para o cidadão, corre o risco de falar apenas para si. Justiça que não se comunica vira mistério, e mistério, na democracia, é sempre perigoso.
O XXV Congresso Brasileiro da Magistratura encerrou seu último dia neste sábado (4.out.2025).
