Na coluna do TSE, o bastidor foi didático. A corte abriu, no último dia 2 de outubro, o código-fonte das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais para inspeção — etapa prevista em resolução de 2021. A iniciativa é restrita às entidades fiscalizadoras, que podem vasculhar as linhas de programação até a cerimônia de lacração, às vésperas das eleições de 2026.
Mas não se confunde com o Teste Público de Segurança da Urna (TPS). Este, aberto a qualquer brasileiro maior de 18 anos, terá sua 8ª edição entre 1º e 5 de dezembro de 2025, com número recorde de inscrições: 148 aprovadas. Diferente da inspeção, o TPS funciona como uma “caça ao bug” oficial: especialistas externos tentam explorar vulnerabilidades do sistema, e depois voltam em 2026 para o chamado Teste de Confirmação.
Ambos os rituais acontecem no edifício-sede do TSE em Brasília e compartilham o acesso ao mesmo código-fonte. A diferença está no público e no momento: de um lado, representantes institucionais; do outro, cidadãs e cidadãos em um concurso de transparência digital.
No xadrez da desinformação, vale frisar: não há recusa de acesso ao código-fonte. Ele permanece aberto por quase um ano inteiro. O resto é ruído eleitoral, não realidade.
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Ronaldo Nóbrega é jornalista e memorialista, com quase três décadas de atuação na imprensa e na análise institucional. Aos 16 anos, emancipou-se para ingressar no mercado de comunicação, iniciando sua trajetória no jornal A Hora, no Nordeste. Em Brasília, atuou como consulente no Tribunal Superior Eleitoral por 12 anos. Em 2005, teve papel de destaque na Consulta nº 1.185, que contestou a Regra da Verticalização e resultou na Emenda Constitucional nº 52/2006, marco que consolidou a autonomia partidária no Brasil.