Na última segunda-feira, 8.set.2025, João Doria abriu um canal direto com a Casa Branca e reforçou seu protagonismo em Washington. O ex-governador paulista conseguiu o que a diplomacia brasileira não tem alcançado. Enquanto a embaixadora Maria Luiza Viotti segue encontrando portas fechadas no Departamento de Estado, o co-chairman do LIDE foi recebido por Michael Jensen, supervisor-chefe de política para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
O encontro aconteceu no Milken Institute, durante o LIDE Brazil Development Forum, e marcou uma rara interlocução da Casa Branca com lideranças brasileiras fora do circuito oficial da diplomacia. Jensen, ex-tenente-coronel da Força Aérea, tratou de segurança hemisférica, combate a práticas econômicas predatórias e construção de relações de longo prazo. Também sinalizou positivamente ao Brasil ao destacar a importância do país em energia limpa, minerais críticos e infraestrutura.
O resultado foi mais do que uma reunião protocolar. Na prática, Doria cravou presença política em Washington, abrindo espaço de diálogo em um momento de vácuo diplomático. O gesto foi lido como demonstração de peso e capacidade de articulação, projetando-o para além dos limites empresariais do LIDE e recolocando seu nome no radar internacional.
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Ronaldo Nóbrega é jornalista e memorialista, com quase três décadas de atuação na imprensa e na análise institucional. Aos 16 anos, emancipou-se para ingressar no mercado de comunicação, iniciando sua trajetória no jornal A Hora, no Nordeste. Em Brasília, atuou como consulente no Tribunal Superior Eleitoral por 12 anos. Em 2005, teve papel de destaque na Consulta nº 1.185, que contestou a Regra da Verticalização e resultou na Emenda Constitucional nº 52/2006, marco que consolidou a autonomia partidária no Brasil.