Ronaldo Nóbrega

Alerta da Abrac à Anatel: Sem certificação, o 5G é um salto no escuro

Ronaldo Nóbrega  -   12 de setembro de 2025

Ouça este conteúdo
1x

A expansão do 5G já alcança 1.507 municípios e chega a sete em cada dez brasileiros, um marco que sinaliza avanço inegável da conectividade. Porém, não se trata apenas de números. O pleno aproveitamento dessa rede só será possível com infraestrutura segura e de qualidade, baseada em equipamentos certificados e homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

É fundamental destacar o alerta publicado por José Eduardo Bertuzzo(foto), vice-presidente de Telecomunicações da Abrac, no site da própria Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade. Ele lembra, com razão, que a certificação e a homologação não são etapas burocráticas, mas sim mecanismos de proteção. São elas que asseguram que antenas, transmissores e receptores ofereçam velocidade, estabilidade e segurança, protegendo o consumidor e garantindo que a promessa do 5G não se converta em frustração.

O país figura hoje em 3º lugar no ranking mundial de velocidade do 5G, à frente de gigantes como Estados Unidos, Japão e Alemanha. É conquista expressiva, entretanto, sem disciplina regulatória e rigor técnico, esse feito pode ser efêmero. O alerta de Bertuzzo é, portanto, mais do que nota técnica: é um chamado para que o Brasil não troque a consistência por estatísticas vistosas.

No fim, o que sustentará o 5G não será o número de municípios cobertos, todavia, a credibilidade de cada conexão. E credibilidade nasce de rigor, não de propaganda.

redacao@colunapolitica.com.br

Ronaldo Nóbrega é jornalista e memorialista, com quase três décadas de atuação na imprensa e na análise institucional. Aos 16 anos, emancipou-se para ingressar no mercado de comunicação, iniciando sua trajetória no jornal A Hora, no Nordeste. Em Brasília, atuou como consulente no Tribunal Superior Eleitoral por 12 anos. Em 2005, teve papel de destaque na Consulta nº 1.185, que contestou a Regra da Verticalização e resultou na Emenda Constitucional nº 52/2006, marco que consolidou a autonomia partidária no Brasil.

Compartilhe