O ex-presidente da OAB-DF, Francisco “Kiko” Caputo, decidiu que vai disputar o Governo do Distrito Federal em 2026. O movimento, discreto e calculado, acende um alerta no entorno da vice-governadora Celina Leão, nome já apresentado pela federação União Progressista para a corrida ao Buriti.
Evangélico e frequentador de uma igreja na Asa Norte conhecida pela postura de diálogo, Caputo adota o estilo sereno dos que sabem esperar a hora certa. Em maio de 2025, foi visto em animada conversa com Manoel Arruda, presidente do União Brasil no DF. Ali, entre um café e outro, a ideia deixou de ser rumor e passou a ter endereço. Brasília adora esses nascimentos discretos, quase sempre embalados por promessas que ninguém admite em voz alta. Apesar da sintonia, nenhuma filiação até agora.
Nos bastidores, o clima é de observação. O nome de Caputo circula bem entre advogados, empresários e lideranças religiosas, segmentos que podem pesar na balança eleitoral. E há um precedente de sucesso que ninguém esquece: Ibaneis Rocha, outro ex-presidente da OAB-DF, que saltou da advocacia direto para o Buriti.
Mineiro de Juiz de Fora e brasiliense desde 1973, Caputo tem trajetória consolidada. Formado pela UniDF, presidiu a OAB-DF em 2009, foi conselheiro federal por três mandatos e recebeu em 2014 o título de Cidadão Honorário de Brasília. Agora, com o nome em circulação e o jogo longe de estar definido, o evangélico ex-presidente da Ordem surge como uma presença silenciosa, porém, incômoda, refletida no espelho político de Celina Leão.
Aécio Neves
E partido, ao que tudo indica, não faltará. A Coluna Política apurou que, nos próximos dias, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, atual presidente nacional do PSDB, pretende procurar Kiko Caputo para conversar sobre 2026.
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Ronaldo Nóbrega é jornalista e memorialista, com quase três décadas de atuação na imprensa e na análise institucional. Aos 16 anos, emancipou-se para ingressar no mercado de comunicação, iniciando sua trajetória no jornal A Hora, no Nordeste. Em Brasília, atuou como consulente no Tribunal Superior Eleitoral por 12 anos. Em 2005, teve papel de destaque na Consulta nº 1.185, que contestou a Regra da Verticalização e resultou na Emenda Constitucional nº 52/2006, marco que consolidou a autonomia partidária no Brasil.