Zé Dirceu volta ao centro da cena política em um movimento que reacende debates dentro e fora do PT. Já é tratado como pré-candidato à Câmara Federal em 2026 e Lula, pragmático, avalia dar a ele uma breve passagem por um ministério para reaquecer sua imagem e recolocá-lo em posição de destaque, revelou uma fonte que pediu anonimato. Não se trata apenas de vitrine, todavia, do reconhecimento de um articulador que sempre soube mover as peças no tabuleiro.
Dirceu encarna algo raro na política brasileira, a combinação de memória histórica e capacidade de adaptação. Como ele próprio gosta de dizer, sabemos mudar sem mudar de lado e nos colocar à altura do desafio histórico. Essa frase traduz sua força dentro do PT, que hoje precisa mais do que nunca recuperar unidade. A lógica é clara, não há avanço sem alianças e sem coesão da esquerda.
O retorno de Dirceu pode parecer improvável aos olhos de alguns, mas é exatamente esse improvável que move a política. O PT precisa de quadros experientes para costurar caminhos em meio à fragmentação. E Lula sabe que, quando o assunto é articulação, Zé Dirceu continua sendo um nome que ainda assusta adversários e anima aliados.
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Ronaldo Nóbrega é jornalista e memorialista, com quase três décadas de atuação na imprensa e na análise institucional. Aos 16 anos, emancipou-se para ingressar no mercado de comunicação, iniciando sua trajetória no jornal A Hora, no Nordeste. Em Brasília, atuou como consulente no Tribunal Superior Eleitoral por 12 anos. Em 2005, teve papel de destaque na Consulta nº 1.185, que contestou a Regra da Verticalização e resultou na Emenda Constitucional nº 52/2006, marco que consolidou a autonomia partidária no Brasil.